Educar para a Morte é ensinar a Viver ( Crônica)

“Educar para a Morte é Ensinar a Viver” por Haydèe Ferreira Há uma sabedoria silenciosa que poucos aprenderam: despedir-se é uma arte sagrada. Diante da morte, muitos se perdem em ruídos, como se a vida não tivesse sido mais do que uma feira apressada. Falam alto, esquecem-se do tempo, tratam o velório como um intervalo mundano entre um compromisso e outro. E eu me pergunto: onde foi parar o luxo da alma? Não, pessoas não são corpos. Somos eternidade encarnada. O corpo é um templo provisório — morada gentil de uma alma imortal. E quando esse templo repousa pela última vez, a casa se faz altar. O velório deveria ser isso: um templo de luz e amor, um jardim de preces, um coral de silêncios. Despedir-se com reverência é reconhecer que ali houve vida. Que aquele corpo foi abraço, foi afeto, foi história, foi presença. Como não calar diante desse mistério? A morte, para mim, não é um fim. É um retorno. É o momento em que o invisível se faz verdade e a alma voa para os braços do Eterno. Por ...