O Caminho do Céu
Por muito tempo, me perguntei por que sou como sou. Por que sou julgada? Por que, tantas vezes, me sinto incompreendida? Ao ler “O Crepúsculo da Tarde”, de Lord Byron, algo em mim despertou com força.
“Aprazem-se
uns obscuros casuístas
em
criminar-me de ímpio. - Eles que venham
ajoelhar-se e suplicar comigo…
Veremos
qual de nós melhor conhece
o caminho do céu.”
Não é exatamente assim que acontece? Muitos se apressam em julgar, apontar, medir. Mas quem realmente conhece o caminho do Céu? Minha essência me guia. E ela não me condena, não me limita, não me faz pequena. Pelo contrário, ela me eleva.
Meu nome, Haydée, significa Ajuda. E se meu propósito é ser uma ajuda a todos, por que deveria ser diferente? Se há um caminho para o Céu, ele não está nas regras frias ou nos olhares que não enxergam além das aparências, mas na verdade que carregamos dentro de nós.
No final do poema, vi a resposta mais bela:
“Tudo o que há de mais grato,
a ti devemos, o Héspero: […]
tu
coas n’alma o doce da saudade;
moves
o coração, que a vez primeira
sai
da terra natal, deixa os amigos,
e anda à mercê das ondas do oceano.”
O verdadeiro caminho do Céu está em viver o agora com perfeição, em amar e ser amado. No fim, é isso que importa. O resto são protocolos vazios, omissões, formas egoístas de viver. Quem não percebe os milagres escondidos num simples crepúsculo da tarde nunca verá o essencial.
Por isso, compreendi algo fundamental: não devo esperar ser amada para me amar. Preciso amar primeiro, porque esse é o meu jeito de ser. Quem quiser enxergar minha alma, que olhe com os olhos de Deus, e não com os olhos do mundo.
“Não julgueis, para não serdes julgados.”
O amor não se mede com régua nem se pesa em balança. Ele simplesmente é. E enquanto eu puder amar e ser a ajuda que meu nome carrega, estarei trilhando o caminho certo.
No final, tudo que há de mais grato
nesta vida é amar e ser amado.
De: Haydée Ferreira
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