Flor de Girassol ( Cronica )



Flor de Girassol
De: Haydée Ferreira


 
Miminha, minha amada madrinha Zilda, uma avó e uma mãe do meu coração!
 
A princípio se pode imaginar que ela era uma florzinha delicada e mimosa com uma rosa - menina. Mas ela não era assim. Ela era uma poderosa “Flor de Girassol”. Acompanhava o grande “Sol Central”, girando a favor da vontade e do amor de Deus.
 
Por onde passava era luz, encanto e alegria. Ela era determinada, sabia o que queria, era forte e reinava como uma grande e boa rainha. Mas seu coração era pura generosidade. Secretamente acudia os desvalidos, os afilhados, as comadres e compadres, agregados e a todos familiares.
 
Miminha, tinha um faro para perceber quando alguém precisava de ajuda e se antecipava em levar a ajuda antes, surpreendendo a todos com caridade e amor.
 
Era cativante, suas amizades eram para toda a vida, e era fiel a elas. Agregadora da família, unia todos, não discriminava ninguém e se fazia respeitar. Uma ordem dela era uma ordem a ser cumprida e ninguém discutia isso.
 
Administrava a Fazenda Caraíbas com maestria. Mesmo nos dois últimos anos, se tivesse alguma dorzinha ou se precisasse de mais repouso, se mantinha atenta, percebia tudo, fazia perguntas e dava ordens que eram cumpridas.
 
Foi sempre notória a sua autoridade de matriarca, de mulher que sabe o que quer e sabe se impor. Era também uma líder política, aprendeu com o Coronel Manoel Lages Rebelo, com a mesma ética e força dele. Sabendo ser amistosa com todos.
 
O “alpendre” da fazenda foi palco de muitas conversas produtivas, orientações e conselhos. Sempre de um jeito leve, eficaz e sem destratar ninguém.  As mesas da sua casa estavam sempre cheias de fartura, com todas as delícias típicas das Caraíbas, sempre muita acolhedora e de portas abertas para bem receber.
 
Não conheço uma pessoa sequer que tenha estado nas Caraíbas mesmo que de passagem ou como hóspede, que dali não saísse encantado com a paisagem, com os pastos, mas principalmente com o acolhimento afetuoso dela, que seguia o mesmo padrão do vovô Lages.
 
Foi sempre uma mulher atualizada com tudo, acompanhava noticiário, tinha Facebook e a vida toda se correspondeu com amigas e familiares no Brasil a fora dele. Lia sempre muitos livros, revistas e jornais. Gostava do que era bom, andar bem-vestida, cuidava da saúde, nunca fez um cirurgia, nunca fraturou uma osso, só recentemente foi hospitalizada.
 
Adorava festejar! Tive a graça de fazer belas festas para ela, onde percebia sua alegria de receber todos. Herdou a alegria e a devoção das “Nogueiras”. Fiel a devoção da reza do terço à Virgem Maria. Se não tivesse como ir à missa, mais antigamente, acompanhava pelo rádio e, depois com antena parabólica e internet acompanhava pela TV Canção Nova ou pelo Santuário do Pai Eterno.
 
Nossa amorosa mãe, avó, madrinha, tia, bisavô ou simplesmente Miminha … e tantos títulos que tinha nossa Zilda Nogueira Rebelo. A única falta dela foi ter nos acostumados a vê-la sempre como uma grande fortaleza, como presença amorosa em nossas vidas, de tal forma que passamos a achar que ficaria para sempre viva entre nós, sem nos deixar a imensa saudade de sua partida. Ficamos sem rumo! Sem chão! No entanto, o maior tesouro que ela nos deixou foi seu exemplo de Fé. Assim, acreditamos e estamos aqui para pedir ao Eterno Pai que a acolha no seu seio sagrado. Ela vive e irá continuar zelando por nós!
 
Nossa Miminha!
Miminha minha
Miminha de todos nós!


NOTA: Zilda Nogueira Rebelo:

Faleceu dia 09 de fevereiro de 2022, onde ia completar 104 anos no dia 27 do mesmo mês. Viveu lucida, atenta e como todas as características citadas até sofreu um ACV e não se recuperar apesar de alguns dias na UTI e em casa. 
 

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