Vigiemos
Vigiemos!
Crônica de José do Patrocínio Nogueira
A humanidade hodierna, absolvida pelos rápidos progressos, endeusa seus eventos, esquecendo de indagar suas próprias origens e finalidades. E o homem inteligente, desligado da convivência com os princípios divinos, imprime um sentido errôneo nas suas conquistas. E o que vemos é o cunho materialista nas realizações; o desvio para o mal, dos empreendimentos destinado ao bem coletivo. O que devia servir, naturalmente, para a melhoria das condições de vida nesse planeta, tem sido empregado como meio de destruição nas guerras fratricidas.
Urge, portanto, implantar no coração de todos, o sentido verdadeiro da vida que é o progresso espiritual, para retorno ao Princípio Criador - Deus. Há necessidade de lançar a fé nos corações. Aos que já entendem essa verdade, compete esclarecer e orientar.
Nós outros que, graças a Piedade de Deus, já fomos tocados pela centelha salvadora da fé, devemos trabalhar cada dia para que essa luz nos invada integralmente, imprimindo em nossas almas a vontade inabalável da subida, na estrada remissiva da espiritualidade.
Cumpre-nos a constante vigilância para que jamais decline esta força viva do que já fomos servido pela caridade Divina.
No meio do indiferentismo geral, agindo contra as forças desagregadoras das conciências, conseguimos sair da letargia improdutiva, e procuramos beber na fonte cristalina do amor, a doutrina salutar do Mestre. Fomos acariciados pela Fé. Ela já se dispõe a incendiar nossos corações. Já a possuímos. Defendamos, portanto nossa aquisição.
O maior mérito da vitória está, justamente, na sua conservação. Ciro, falando ao seu Exercíto, depois da conquista da Babilônia, disse que a aquisição é muitas vezes devida meramente a um rasgo de audácia, enquanto que sua conservação depende sempre da sabedoria, da temperância e da grande vigilância.
Vigiemos a estrada que haveremos de seguir, sejamos temperantes nas nossas ações e cultivemos todas as virtudes, procurando cada dia, consolidar ainda mais nossa vitória, para jamais perder o que possuímos.
Urge mesmo, repelir as orientações desconcertantes e as tendências perturbadoras. Nós que vivemos sujeitos as influências da maldade, em contato constante com o labirinto do egoísmo humano, temos que vigiar sempre e estabelecer barreiras para que não se apague a centelha de Fé que possuímos.
Li alhures que certa vez fora convocado para o serviço militar o filho de um lavrador do interior do país. Na véspera da partida, o velho, austero e fiel aos princípios cristãos, chama o filho, acende uma vela e manda que ele vá até o túmulo da mãe e volte, trazendo ainda a vela acesa.
Sai o moço e logo volta com a vela apaga, dizendo:
- Pai, é impossível conservar a vela acesa, porquanto o vento, lá fora, sopra rijo.
Responde, estão o lavrador:
- Segura a vela com a mão esquerda e com a direita, em forma de concha, defende a chamazinha do sopro do vento.
Assim fez o rapaz e voltando, falou:
- Pai, se não tivesse seguido o teu conselho, a vela teria se apagado.
- Meu filho, disse o lavrador, assim deve proceder quando chegar na cidade, para que não apague a chama de sua Fé. Lá dirão que o homem deve viver sem religião e que Deus é uma imaginação doentia dos fanáticos. Repila estes conceitos. Não se arrede dos princípios cristãos que você aprendeu no berço e defenda a chama da sua Fé com a oração e a vigilância.
Meus amigos, sigamos também, os conselhos do prudente lavrador. Façamos da prece diária e sincera, a concha protetora da sublime centelha da nossa Fé.
Não deixemos que a nossa vela interior se apague.
Crônica publicada no Jornal Folha do Norte -Belém - Pará - Em fevereiro de 1950 -
Nota: Uma crônica escrita há 67 anos atrás pelo tio querido, que chegou a brigadeiro do Exercito Brasileiro, quando escreveu era major do exercito em Bélem - Pará.
José do Patrocínio Nogueira: escritor, poema e homem de alma espitualizada, que tomei emprestada suas palavras para dizer que o momento que passa o Brasil hoje, nos pede para Vigiar e orar!!
Vigemos pois!!!
Haydée Ferreira
Urge, portanto, implantar no coração de todos, o sentido verdadeiro da vida que é o progresso espiritual, para retorno ao Princípio Criador - Deus. Há necessidade de lançar a fé nos corações. Aos que já entendem essa verdade, compete esclarecer e orientar.
Nós outros que, graças a Piedade de Deus, já fomos tocados pela centelha salvadora da fé, devemos trabalhar cada dia para que essa luz nos invada integralmente, imprimindo em nossas almas a vontade inabalável da subida, na estrada remissiva da espiritualidade.
Cumpre-nos a constante vigilância para que jamais decline esta força viva do que já fomos servido pela caridade Divina.
No meio do indiferentismo geral, agindo contra as forças desagregadoras das conciências, conseguimos sair da letargia improdutiva, e procuramos beber na fonte cristalina do amor, a doutrina salutar do Mestre. Fomos acariciados pela Fé. Ela já se dispõe a incendiar nossos corações. Já a possuímos. Defendamos, portanto nossa aquisição.
O maior mérito da vitória está, justamente, na sua conservação. Ciro, falando ao seu Exercíto, depois da conquista da Babilônia, disse que a aquisição é muitas vezes devida meramente a um rasgo de audácia, enquanto que sua conservação depende sempre da sabedoria, da temperância e da grande vigilância.
Vigiemos a estrada que haveremos de seguir, sejamos temperantes nas nossas ações e cultivemos todas as virtudes, procurando cada dia, consolidar ainda mais nossa vitória, para jamais perder o que possuímos.
Urge mesmo, repelir as orientações desconcertantes e as tendências perturbadoras. Nós que vivemos sujeitos as influências da maldade, em contato constante com o labirinto do egoísmo humano, temos que vigiar sempre e estabelecer barreiras para que não se apague a centelha de Fé que possuímos.
Li alhures que certa vez fora convocado para o serviço militar o filho de um lavrador do interior do país. Na véspera da partida, o velho, austero e fiel aos princípios cristãos, chama o filho, acende uma vela e manda que ele vá até o túmulo da mãe e volte, trazendo ainda a vela acesa.
Sai o moço e logo volta com a vela apaga, dizendo:
- Pai, é impossível conservar a vela acesa, porquanto o vento, lá fora, sopra rijo.
Responde, estão o lavrador:
- Segura a vela com a mão esquerda e com a direita, em forma de concha, defende a chamazinha do sopro do vento.
Assim fez o rapaz e voltando, falou:
- Pai, se não tivesse seguido o teu conselho, a vela teria se apagado.
- Meu filho, disse o lavrador, assim deve proceder quando chegar na cidade, para que não apague a chama de sua Fé. Lá dirão que o homem deve viver sem religião e que Deus é uma imaginação doentia dos fanáticos. Repila estes conceitos. Não se arrede dos princípios cristãos que você aprendeu no berço e defenda a chama da sua Fé com a oração e a vigilância.
Meus amigos, sigamos também, os conselhos do prudente lavrador. Façamos da prece diária e sincera, a concha protetora da sublime centelha da nossa Fé.
Não deixemos que a nossa vela interior se apague.
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Crônica publicada no Jornal Folha do Norte -Belém - Pará - Em fevereiro de 1950 -
Nota: Uma crônica escrita há 67 anos atrás pelo tio querido, que chegou a brigadeiro do Exercito Brasileiro, quando escreveu era major do exercito em Bélem - Pará.
José do Patrocínio Nogueira: escritor, poema e homem de alma espitualizada, que tomei emprestada suas palavras para dizer que o momento que passa o Brasil hoje, nos pede para Vigiar e orar!!
Vigemos pois!!!
Haydée Ferreira
A cada nova leitura dos textos de seu tio fico ainda mais impressionada com a grandeza de sua alma e seu talento! Como eu já havia dito, ele não poderia ter deixado melhor herança! Incrível como a crônica acima parece ter sido escrita hoje, de tão atual que é a questão por ela trazida! Estamos assistindo a derrocada das virtudes, dos princípios divinos e morais... as pessoas defendem em palavras o inverso do que demonstram em suas ações, reinando a hipocrisia! Agradeço mais uma vez por compartilhar conosco este presente precioso! Espero que todos que leiam, entendam e, principalmente, sejam tocados por tais palavras, assim como eu fui! E sigamos avante nesta eterna vigília...
ResponderExcluirHaydeé, incrível como dá para sentir ele falando isso. Me surprendi com essa lição de vida.
ResponderExcluirForte abraços do primo
`JPNJr